Quando compra uma peça de roupa ou um acessório de moda de marcas como Giorgio Armani, Valentino, Hugo Boss, Zara, Massimo Dutti, Ralph Lauren, Lacoste, Adolfo Dominguez, Kenzo, Ted Baker ou Tommy Hilfiger, saiba que os seus botões são produzidos numa empresa familiar portuguesa. Com sede no Louro, no concelho de Vila Nova de Famalicão, a Louropel exporta para mais de 25 países.

Abriu portas em 1966 e de lá para cá conquistou o epíteto de ser a maior empresa mundial de produção e comercialização de botões. Os números não deixam margem para erro, diariamente a empresa produz 12 milhões daqueles objetos. O negócio nasceu pelas mãos de Carlos Rego, falecido em 2010, tendo passado a ser gerido por um dos seus filhos, Avelino Rego, em parceria com a restante família.

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Presidente do Município de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, entre Conceição Rego e Avelino Rego, administradores da LOUROPEL

Em 2013, no âmbito de uma cerimónia de homenagem a título póstumo a Carlos Rego, organizado pela junta de Freguesia do Louro, o sucessor do negócio sublinhava que “por vezes há heranças que, pela sua grandeza, esmagam quem as recebe, em vez de serem um motivo de exaltação. O meu pai deixou-nos um legado magnífico, a Louropel, reconhecido por toda a sua família”, afirmava.
Avelino Rego garantia na altura que “os herdeiros de Carlos Alberto da Silva Rego saberão dignificar a sua memória e todas as circunstâncias, naquilo que ela tem de mais relevante: a honradez, o trabalho e a família”. O tempo tem mostrado que o desígnio tem sido cumprido com sucesso.

Do café se fazem botões

A título de exemplo, a Louropel era notícia há um ano atrás pelo facto de ter apostado no lançamento de uma linha de botões produzidos a partir de borras de café. “É mais um produto amigo do ambiente, que alia inovação e sustentabilidade”, explicava Avelino Rego. A linha em causa incorpora 70% de pós das borras de café e resina reciclada de poliéster polimerizado, para ganhar consistência. Ao ser misturada com o pó, proporciona a resistência que permite aos novos botões serem utilizados em todo o tipo de vestuário.

Na verdade, a ecologia é um ativo importante para esta empresa familiar. A prová-lo está o facto de a patente da resina reciclada de poliéster polimerizado ser propriedade da Louropel e a produção de botões ecológicos representa já 25% do total da produção da fábrica.

Para o administrador, a inovação permanente implica “estudo e muita investigação”, pois só assim é possível “perceber que design e modelos de botões são procurados em cada momento”.
Se lhe pedem para definir a Louropel atualmente, Avelino Rego responde assim: “Somos uma empresa global, pois temos uma boa capacidade de produção que nos permite cumprir prazos de entrega. Os nossos principais mercados são a Europa e Estados Unidos. Também exportamos para a Ásia, Brasil e Austrália”.

 

 

Publicado em http://empresasfamiliares.jn.pt  2015/11/20, integrado no âmbito da conferência “Modelos de bom governo da Empresa Familiar”, de que a efconsulting é coorganizadora

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