6. A filha do meu irmão acaba de se licenciar em psicologia (com a nota mais alta do curso) e este pretende que ela venha fazer um estágio para a empresa. Como esta não tem dimensão nem necessidade de uma pessoa com estas habilitações, não me parece adequada a sua vinda. Como ultrapassar esta questão?

O querer envolver os filhos na empresa é um desejo muito natural dos empresários familiares (provavelmente será também o seu).

Começa quase sempre com eles ainda muito pequenos, a irem pontualmente “brincar” para a empresa nas férias ou aos fins de semana.

Esta atitude é, no nosso entender, muito salutar e caraterístico das empresas familiares, em especial porque permite que os mais novos comecem a ter consciência do que é o negócio e, oportunamente na fase adulta, possam estar mais habilitados a perceberem qual o potencial papel que gostariam ou podem desempenhar enquanto membros de uma família empresária.

Na situação resumida apresentada, a nossa opinião é que deveria abordar as suas dúvidas de uma forma muito direta e transparente com o seu irmão e este com a filha.

Muito provavelmente, como reflexo da excelente nota de curso da sua sobrinha, até ela mesmo possa pretender desenvolver o seu estágio numa organização que seja um maior desafio profissional mas, com a pressão do pai, se sinta inibida de declinar essa vontade intrínseca.

Como esta temática de ligação de pessoas da família à empresa é sempre muito delicada – o ideal é ser abordada muito antes de se colocar uma situação particular -, devem aproveitar este momento para refletirem e definirem as regras para outras situações que se possam vir a colocar no futuro, sejam elas para estágios ou ligações mais permanentes.

Nota: Este texto faz parte da coluna “Empresas Familiares – Perguntas e Respostas“, publicada no jornal “Metal” de 30 de outubro de 2015

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