A cooperação e os investimentos empresariais conjuntos devem ser devidamente considerados pelos líderes das Empresas Familiares.

O perfil que normalmente se associa às empresas familiares ilustra um certo autismo; ou seja, são empresas que se consideram com caraterísticas únicas que as diferenciam de qualquer outra sociedade, mesmo que também de origem familiar.

Com este posicionamento considera-se que o mais adequado é a cada uma destas entidades desenvolva o seu negócio de forma independente e, no limite, considere ter outras seus pares como fornecedoras ou clientes.

O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, identificou a orientação para a cooperação e os investimentos empresariais conjuntos como excelentes oportunidades para as sociedades familiares.

Uma visão de partilha ou de comunhão de interesses conjuntos, entre empresas familiares que partilhem de valores idênticos, é uma alternativa de enfrentar o futuro que pode e deve ser encarado pelos líderes dos negócios familiares.

Em dezembro de 2004, Catarina Portas lança a marca Uma Casa Portuguesa a que se seguiu, em 2007, A Vida Portuguesa. Esta identidade nasce com a vontade de inventariar as marcas sobreviventes ao tempo, a intenção de revalorizar a qualidade da produção portuguesa manufaturada e o desejo de revelar Portugal de forma surpreendente.
De Norte a Sul de Portugal e ilhas identificaram produtos, fabricados desde há muito mas que mantiveram na sua essência as mesmas embalagens originais, de marcas registadas na memória, que relembram o quotidiano de uma época e revelam a alma de um país. Algumas delas são:

  • A Gorreana: produz chá desde 1874, que cresce em pleno Atlântico, na ilha de São Miguel, nos Açores. Estando há cinco gerações na mesma família, a Gorreana é a mais antiga fábrica de chá da Europa ainda em funcionamento.
  • Arcádia: fundada em 1933 por Manuel Bastos é a mais antiga marca portuguesa de chocolates artesanais. A terceira geração da família Bastos continua a assegurar a excelência dos chocolates, sem corantes nem conservantes, que saem da fábrica na Rua do Almada sob a forma de bombons, tabletes ou línguas de gato.
  • A Viarco surge em 1936, suportada na Portugália – Fábrica Portuguesa de Lápis (fundada em 1907) entretanto adquirida por Manoel Vieira Araújo. Ao comemorar os 70º aniversário, a única fábrica portuguesa de lápis associou-se à A Vida Portuguesa para uma reedição exclusiva de vários produtos e caixas de lápis da sua história.

 

Temas para Reflexão:

  • Os nossos investimentos ou seleção de fornecedores atendem à caraterística familiar das empresas?
  • Conseguimos identificar outros negócios familiares que possam ser complementares do nosso?
  • Temos uma filosofia de cooperação com outras Empresas Familiares?
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