As Empresas Familiares investem em Negócios Emergentes; sejam desenvolvidos internamente ou identificados no mercado. 

Uma sociedade ou grupo familiar deve ter consciência que o contexto onde se encontra inserida a vai afetar de alguma forma, devendo estar atenta e assumir uma postura de evolução contínua.

A continuidade dos negócios, sejam ou não familiares, está sempre ameaçada: todos os dias surgem novos competidores a oferecerem alternativas para os clientes satisfazerem as suas necessidades de forma diferente e, muita das vezes, de forma muito mais apelativa.

O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, apresentou como uma das grandes oportunidades destas sociedades, o contributo que estas podem proporcionar à economia pela via de iniciativas empreendedoras ou pelo lançamento ou apoia a startups.

Nesta envolvente as empresas familiares não devem fechar-se numa redoma, pois serão afetadas de igual forma, devendo antes assumir uma postura proativa e aproveitar a oportunidade para implicar as novas gerações, recorrer aos seus conhecimentos de sempre e envolverem-se em negócios emergentes – sejam eles relacionados com produtos ou serviços complementares aos tradicionais ou, pelo contrário, em áreas totalmente fora da área de conforto.

O Grupo Semapa estabeleceu uma parceria com a empresa norte-americana Techstars – uma das maiores aceleradoras mundiais de startups, com o objetivo de investir em startups ou venture capital. Em julho de 2017, João Castello Branco, CEO do grupo, afirmou que “Não podíamos ficar de fora deste movimento”, pelo que criaram Semapa Next: sociedade que irá agregar os investimentos nesta área e para a qual está previsto alocarem cerca de €30 milhões em 3 anos.

A Semapa Next assume como visão: Ser o parceiro preferido de startups e de fundos de capital de risco apoiando na procura de novas fórmulas vencedoras.

Apoiar equipes de gestão excecionais no desenvolvimento de tecnologias, produtos e modelos de negócios inovadores que melhorem a qualidade de vida, a produtividade ou a eficiência de um público considerável.

Esta entidade tem como líder Ricardo Pires, também administrador da Semapa, que na altura referiu que os investimentos podem ser:

  1. Áreas: tecnologia industrial e ambiental; soluções globais de mobilidade e logística; turismo e lazer;
  2. Tipologia: startups (capital de risco) ou empresas já estabelecidas (venture capital) mas com grande potencial de crescimento, ou em fundos de investimento que se dedicam a estas empresas;
  3. Metodologia adotada:
  • procurar e selecionar oportunidades em qualquer parte do globo,
  • filtrar e reduzir a análise a 500 entidades;
  • selecionar 10 para investir

Nas 10 empresas selecionadas, investirão cerca de $120.000 em cada e envolverão os seus trabalhadores – “desde os conselhos de administração até pessoas da linha, sobretudo no mentoring”.

A TechStars assume-se como uma investidora em empreendedores para os auxiliar a fazer mais rápido. Em média anualmente investe em 300 empresas, tendo até à data investido $6,2 biliões, em 1.599 empresas, das quais 87% estão ativas ou foram alienadas, e possuem um valor de mercado de $17,7 biliões.

Porquê este posicionamento do Grupo Semapa? O CEO salientou que não tinha ilusões de que essas empresas venham a mudar o grupo nos próximos dez anos, mas talvez o façam nos próximos 20 ou 30 anos.

Temas para Reflexão:

  • Qual a nossa política de identificação e investimento em negócios emergentes?
  • Podemos alocar recursos (dinheiro, ou pessoas) para apoiar esses negócios?
  • Como podemos envolver a Família Empresária neste processo?

 

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