“Quando somos da família temos de provar o triplo dos outros”.

É com este desígnio que Rui Miguel Nabeiro inaugura o podcast do Expresso, dinamizado pela Cátia Mateus.

A questão da sucessão nas empresas familiares está bem presente em duas afirmações que refletem o que se passa na grande maioria das empresas familiares:

  • “Lembro-me de ouvir as pessoas dizerem que o avô tinha construído e o neto ia destruir” – a 3ª geração é identificada com a morte da empresa, quando, muitas vezes, recebe um sociedade com enormes problemas, moribunda ou, simplesmente, um cadáver a aguardar pelo velório.
  • “Espero que me reconheçam os mesmos valores que ao meu avô, mas que também reconheçam que sou autêntico e não uma cópia. Até porque as cópias nunca são iguais ao original” – suceder na liderança é assumir os destinos da empresa familiar e não o papel de clone do anterior timoneiro.

O meu avô criou a empresa (Delta cafés). Tinha um brinquedo que era dele e podia decidir o que quisesse; eu tenho um brinquedo que é da família, a forma como se toma decisões é diferente.

O contexto do trabalho e da sucessão numa empresa familiar aparece refletida em múltiplas afirmações, de que saliento:

  • O reconhecimento do papel do fundador
  • Transição muito bem planeada
  • Consultores ajudaram no processo
  • Um percurso em empresas externas ao grupo
  • Abandonar os próprios sonhos para concretizar o de outros
  • Começar nas bases foi essencial, iniciou numa função comercial abaixo do que era esperado
  • Provar o dobro ou triplo das outras pessoas
  • Arregaçar as mangas e trabalhar muito
  • Fazer e cometer erros
  • Um percurso ao lado do avô e do pai
  • Comissão Executiva que inclui a irmã e o primo
  • Assumir que o líder deve orientar e mostrar o caminho
  • O meu avô nunca me deu hipóteses: “Tens de ir estudar para vir ajudar o avô
  • Aos meus filhos digo-lhes que podem fazer o que quiserem
  • A licenciatura (formação) faz a diferença
  • Introdução de novos projetos (cápsulas) – Almoço no Martinho da Arcada onde insistiu com o avô porque é que a Delta não tinha cápsulas. Agarrou o projeto “delta q“, constituiu uma equipa que no momento representa 25% do negócio.
  • Começou com muitos problemas, … ao fim de 3 anos estava a liderar o segmento
  • O erro faz parte do processo de decisão e eu “tenho pouco medo de errar”
  • A cópia nunca é igual ao original: “Sou o Rui Miguel e não o Sr. Rui”
  • Uma política de recursos humanos que se suporta num respeito muito grande pelas pessoas
  • Evolução de 3 pessoas na génese a quase 4.000 colaboradores em finais de 2022.
  • Se as pessoas não se estiverem felizes não bom trabalhar bem
  • Inovação tem de estar sempre presente para não se ser ultrapassado
  • O cliente não vai comprar o produto porque gosta de mim
  • A mudança tem de acontecer de forma contínua
  • O lucro é bom, é o que permite investir e crescer.

 

O ideal é escutar a totalidade do podcast para conhecer o líder com melhor reputação do país, que se caracteriza pela inspiração no avô e pai e por uma contínua escuta ativa para continuar com o legado ímpar.

 

 

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