Prognóstico para 2023: o ano das Antíteses

Nos anos 80 e 90 eram famosas as previsões de “bruxos ou professores”, como o Karma ou o Zandinga, em especial as dedicadas ao futebol, que tinham uma particularidade – no ano seguinte ninguém se lembrava ou perguntava pelos acertos do ano anterior.
Em 1993, o Karma previa “na Rússia vai haver um contágio … explodir uma guerra mundial“, e o Zandinga a chegada da paz na Jugoslávia. No ano seguinte, quando este último foi questionado sobre a não constatação desta sua previsão, apresentou “um facto alternativo” referindo “posso considerar que houve paz noutra parte do mundo“. https://arquivos.rtp.pt/conteudos/previsoes-para-1994/).
É neste contexto que as minhas expectativas para 2023 estão associadas a muitas antíteses:
    • teremos mais turismo, mas menos pessoas e condições para bem receber;
    • existirão menos nascimentos, mas a contínua falta de creches para os receber;
    • os alunos serão menos, mas assistiremos a reiterada falta de professores;
    • as taxa de juro dos empréstimos vão continuar a escalada, mas as dos depósitos manter-se-ão planas;
    • o PIB nacional crescer acima da média, mas o país continuará a sua trajetória para a cauda europeia;
    • as empresas vão aumentar as suas taxas de exportação, mas continuaremos com um persistente déficit comercial;
    • continuará crescente a digitalização dos serviços públicos, mas não assistiremos à redução do número de funcionários públicos;
    • as empresas privadas vão ajustar-se à realidade dos mercados, mas as públicas absorverão mais recursos;
    • Existirão boas oportunidades de negócio
    • existirão empresas familiares a sucumbirem  por motivos de sucessão, mas cada vez teremos um maior número a prepararem-se e a saírem renovadas e reforçadas deste processo de coexistência geracional.
Estas, e muitas outras antíteses, continuarão a retratar o nosso dia a dia e a ser alvo de capas dos jornais, revistas ou de notícias de abertura dos telejornais; contudo, nós, os portugueses, continuaremos a resignar e a aceitar a nossa triste sina porque, apesar de tudo, usufruímos de condições de vida – paz, trabalho, saúde – que suplantam a de muitos países desenvolvidos.
Conheça muitas outras previsões no Jornal de Negócios de2023/01/02.
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