2020 classificado como o ANO DO IMPOSSÍVEL!

O que diríamos em dezembro de 2019 se um qualquer profeta, qual prof. Zandinga (místico madeirense conhecido por introduzir a “bruxaria” no futebol Português e por falhar as suas previsões, em especial pelo recorrente prognóstico de que o Sporting seria campeão), tivesse anunciado que as suas previsões para o ano de 2020 prenunciavam que:

  • Teríamos fronteiras fechadas e restrições de movimentação: entre países, regionais, intermunicipais, … IMPOSSÍVEL!!!

 

  • As atividades desportivas seriam interrompidas: jogos sem espetadores, jogos olímpicos adiados, … IMPOSSÍVEL!!!

 

  • Não haveria comemoração de festividades: feiras e festivais, aniversários e casamentos, Natal, passagem de ano, … IMPOSSÍVEL!!!

 

  • Seriam batidos recordes mínimos do século: de carícias, de abraços, de beijos, … IMPOSSÍVEL!!!

Quando o IMPOSSÍVEL!!! se concretizou, como reagimos?

Rompemos barreiras e elevamos a fasquia:

  • Ultrapassando prazos impossíveis

A celeridade do ciclo que vai da deteção de uma necessidade à sua satisfação, nunca mais será a mesma.

Uma vacina tem um tempo médio de descoberta, teste e lançamento no mercado de cerca de 10 anos. No caso do Covid-19, as primeiras vacinas foram aprovadas e lançadas no mercado em menos de 10 meses.

  • Transformando ameaças em oportunidades

Alguns dias após a declaração do estado de emergência (18 março), a 360imprimir disponibilizou um conjunto de produtos para proteção pessoal e para as necessidades relacionadas com takeaway.

Sérgio Vieira, CEO da empresa, afirmou em dezembro que a crise sanitária acelerou a mudança para a compra online de produtos customizados a preços reduzidos.

Assim, a plataforma pretende assumir-se como uma facilitadora para que os negócios possam recuperar de forma mais rápida. “O futuro passa por serem a “Amazon” na resposta às necessidades das PME de produtos customizados de merchandising, packaging, consumíveis, etc.

  • Substituindo a proximidade física pela telepresença

A relação médico paciente sempre foi suportada numa relação de proximidade pessoal, considerada relevante e “insubstituível”.

Ainda não chegara o final do mês de março e o Grupo Mello Saúde anunciava que, para salvaguardar doentes e profissionais, já estava disponível um sistema de “teleconsulta” a partir do portal da Cuf (que se mantém e quem desejar marcar uma consulta no portal tem de optar se deseja tele ou presencial).

Reid Hoffman, cofundador do Linkedin, a 3 de dezembro, na web summit – realizada este ano somente via online -, salientava a oportunidade para as empresas de “telesaúde” que se dedicam a consultas online: “Não tenho de esperar na fila. É um exemplo de oportunidades que estão a surgir”.

Com as escolas e universidades fechadas, o “teleensino” também se implantou rapidamente e não deixará de ser parte integrante do sistema de ensino no futuro.

  • Tolerando “hábitos inaceitáveis” e criando moda

A movimentação global de pessoas e suas culturas e hábitos, muitos deles ancestrais, originam estranhezas e até repúdios.

A estranheza da burka, hijab, niqab, … passou a ser relativizada com a introdução das máscaras que, rapidamente, se transformaram em objeto de design e moda.

  • Enfrentando a adversidade com adaptabilidade e solidariedade

A pressão da forte procura mundial por equipamentos de proteção pessoal, em especial para o pessoal de primeira linha que estava nos hospitais, centros de saúde, bombeiros, etc., promoveu a adaptação de muitas empresas da indústria nacional.

Em poucos dias alteraram processos, conceberam máquinas e passaram a produzir viseiras, máscaras, líquidos desinfetantes, etc. que, numa primeira fase, geraram também uma enorme onda de solidariedade com a oferta de muitos destes equipamentos ou materiais às entidades referenciadas e que deles estavam carenciadas.

A 3 de abril, a Santa Casa da Misericórdia do Porto agradecia à empresa maiata, Ernesto São Simão, a oferta de viseiras aos hospitais da Prelada e Conde de Ferreira (até maio a empresa ofereceu mais de 35.000 destes objetos de proteção).

  • Encarando a seriedade com humor

Em momentos difíceis a capacidade “humorífica”, por muito sórdida que possa parecer, auxilia a encarar e a enfrentar as adversidades.

Em dezembro, com as restrições previstas para o Natal e Ano Novo, apareceu no mercado (e rapidamente esgotou) o vinho tinto monocasta Syrah de 2017 “Que se foda”, produzido na região de Lisboa.

Uma marca positiva com intenção de gerar boa disposição, na compra, no consumo e na oferta e, como bem expressa o seu rótulo “Não se assuste com o nome. Que se foda é um vinho do caralho.” (fonte: https://quesefoda.online/our-story)

Não tenho dúvidas que o ano 2020 vai ser recordado como o ano do “IMPOSSÍVEL” e o ano da afirmação da enorme capacidade dos humanos para testarem os limites impensáveis e para encontrarem soluções ágeis de rápida adaptação e luta pela sobrevivência.

Assim, as minhas previsões, para 2021 e anos seguintes, vão no sentido da confirmação desta contínua tendência da humanidade para evoluir a empreender com muita agilidade.

(Se errar? Que se ….)

 

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