As Novas Gerações são atraídas para a Empresa Familiar por diversos motivos.

A continuidade do negócio familiar está associada ao envolvimento das gerações mais novas e suas motivações para se associarem à empresa familiar.

Sendo um desejo comum a pais e avós verem os seus descendentes envolvidos na empresa, a sua concretização pode ser assegurada por distintas alternativas.

O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, identificou três grandes fatores que deram origem à ligação das gerações mais novas à empresa da família:

  • Vontade pessoal: o desejo de ingressão foi assumido de forma pessoal e autónoma;
  • A família incutiu: a associação sempre foi um manifesto contínuo da família;
  • Evento inesperado: um acontecimento não previsto – normalmente associado a questões de saúde – foi o principal influenciador.

O ideal para todos – pessoa, família e empresa – era que a influência da família fosse exercida de forma natural e sem ser imperativa, mas sim uma envolvente potenciadora de criação de condições para que os mais novos possam conhecer o negócio e no futuro, se desejarem e a empresa necessitar, possam ser ingressar e apresentar mais valias para a empresa família.

O toque pessoal, a qualidade, a eficiência, a personalização e a paixão pela profissão, são a base dos valores e da atuação de Avelino e Carlos Ferreira na alfaiataria que possuem na Rua Direita em Viseu.

A AC Alfaiates existe há mais de sessenta anos, tendo as suas origens na profissão que Avelino escolheu e nunca mais abandonou. Podendo cair-se na ideia comum de que este negócio é algo com fim à vista, pai e filho acreditam e são a prova do contrário.

No início deste século Carlos, que estudou gestão hoteleira, interessou-se pela profissão do pai (“Foi algo que queria, que não me foi imposto, pelo que é natural que tenha acabado por gostar …” revista Bica, 2019/01) com o qual aprendeu a a arte de manejar a tesoura, as agulhas, os fios e os tecidos. O desejo de fazer mais e melhor levou-o a Londres para um curso de especialização. De regresso a Viseu, este duo conjugou a grande experiência do pai com criatividade e desejo de inovação do filho para elevarem a sua profissão a uma arte reconhecida pelos seus clientes.

Os tecidos são a matéria prima diferenciadora que, associada ao conhecimento de bem fazer e a mais de 60 horas de trabalho, permitem criar fatos exclusivos e que se ajustam na perfeição ao corpo da pessoa.

Existindo mais ideias para implementar na órbita deste negócio ligado à arte de bem vestir – potenciar ainda mais as redes sociais, o “turismo de alfaiataria”, sapatos à medida, …, o futuro está assegurado e recomenda-se.

Temas para Reflexão:

  • O negócio da família é potenciador de continuidade pelas gerações mais novas?
  • O que fazemos para os nossos filhos conhecerem de forma adequada o negócio da família?
  • A empresa familiar é vista pelos mais novos como uma “rede em caso de … “ ou uma oportunidade a conquistar?

 

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