Os meus filhos estão a entrar na idade adulta mas nunca abordámos a questão da empresa familiar. Como fazer?

Esta pergunta potencia uma resposta ilustrativa de duas distintas vias de comunicação na família empresária: a natural e a planeada.

A comunicação natural reflete os nossos comportamentos no dia a dia, que são vistos, analisados e percecionados por cada um dos nossos filhos. Como se trata de uma captação mais ou menos consciente, vai criar uma perceção individualizada e que, no seu limite, poderá ser muito diferente de filho para filho.

Ao levarmos os filhos à escola e desejarmos sair sempre com tempo para chegar antes da hora de início das aulas, pode ser visto por um deles como um sinal do rigor que se deve ter nos compromissos e, por outro, como um desperdício de tempo pois bastaria chegar até 1 minuto do limite do segundo toque de tolerância.

Esta nossa atitude, pode ser reforçada com uma abordagem suportada numa conversa, até mesmo durante uma das viagens, onde podemos apresentar as vantagens de se chegar antes da hora marcada: cumprimentar os colegas, saber as últimas novidades, … para além da margem para possíveis contratempos.

Transpondo este exemplo para a empresa familiar, os filhos ao chegarem à idade adulta já possuem a sua própria perceção da empresa. Contudo, esta deve ser reforçada por vias mais demonstrativas e abordadas de forma conjunta com os outros familiares, para que todos tenham pelo menos a mesma perspetiva do que é crucial do seu negócio familiar.

É, pois, altura oportuna para desencadearem ações conjuntas de sensibilização, formação e debate sobre a temática dos negócios familiares, que podem ir desde a participação em ações públicas, desencadeadas por exemplo por associações, até iniciativas exclusivas para a família lideradas por empresas especializadas.

 

Nota: Este texto faz parte da coluna “Empresas Familiares – Perguntas e Respostas“, publicada no jornal “Metal” de 27 de janeiro de 2017

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