Emilio BotinNa manhã de quarta-feira, dia 12 de setembro de 2014, uma informação ao mercado, de quatro linhas, informava dois factos relevantes:

  • O falecimento do seu “Presidente Emílio Botín”,
  • De acordo com o regulamento do conselho, no decorrer do dia, a comissão de nomeações e remunerações e o conselho de administração reuniriam para designar o novo presidente do Banco.

Antes do final do dia, um novo comunicado salientava “Emilio Botín foi importante para o Banco ao protagonizar uma extraordinária transformação do mesmo … um dos maiores do mundo”; que a comissão de Nomeações e Remunerações considerava Ana Botína pessoa mais idónea dadas as suas qualidades pessoais e profissionais, a sua experiência, a sua trajetória no Grupo e um unânime reconhecimento nacional e internacional”, pelo que tinha sido nomeada, por unanimidade, “presidenta de Banco Santander”.

Ana BotínApós a reunião do conselho de administração, a nova líder assumiu o enorme desafio: “nestes momentos tão difíceis para mim e para a minha família, agradeço a confiança do Conselho de Administração e assumo com total compromisso as minhas novas responsabilidades.”

Este desaparecimento inesperado (vítima de enfarte), de um líder que trabalhou até ao último momento, na Empresa da Família que o acolheu aos 24 anos, permite recordar e partilhar algumas particularidades das sociedades familiares:

  • A grande dimensão de uma empresa não colide com o cariz familiar: a partir do sétimo banco de Espanha, alcançou o patamar do maior banco da zona Euro e um dos vinte maiores do mundo;
  • Ser líder de uma pequena entidade não é antagónico de grandes e exequíveis sonhos;
  • Ter menos de 1% duma empresa pode ser sinónimo de ser classificada de familiar e assegurar a sua liderança;
  • Ser herdeiro de uma família de banqueiros não significa assumir posições sem as conquistar: entrou para o banco diretamente da universidade e somente aos 52 assumiu a sua presidência (o pai afastou-se aos 83 anos, mais três que os 80 que Emílio faria dentro de dias);
  • Possuir um líder carismático e forte não é fator impeditivo de uma gestão profissional, com um conselho de executivos competentes;
  • Ser filha e sucessora do rosto da empresa vai ser um enorme repto que todos esperam que Ana Botín enfrente com coragem, determinação e grande sucesso.

A nova líder salientou ainda no comunicado da administração: “Durante os anos que tenho trabalhado no Grupo Santander, em diferentes países e responsabilidades, pude verificar a grande qualidade e dedicação de todas as nossas equipas. Continuaremos a trabalhar com total determinação para continuar a construir um Banco Santander cada dia melhor para os nossos clientes, funcionários e acionistas.”

Temas para reflexão:

  • Sendo também para nós a sucessão tabu, está minimamente assegurada?

  • Quando e como vai ocorrer a passagem de testemunho?

  • O futuro líder estará consciente do que pretende para a empresa?

 

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